sábado, 6 de agosto de 2011

A primavera árabe: A glória da internet democrática

Chegou o momento de exigir, exigir o mais belo jardim e, sentir o cheiro das flores, das flores da liberdade(Jéssica Diniz)

Foi a partir de um satélite, onde tudo começou. O chamado Sputnik, foi na verdade uma série de satélites soviéticos artificiais que após seu lançamento, obrigou os Estados Unidos a lançarem a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada. Pronto, estava plantada a semente da internet, em 1955, mas só na Guerra do Golfo, teve-se de fato a presença desse, que seria mais tarde, para muitos, o elemento mais revolucionário de nosso tempo. Contudo, a revolução não parou por aí, considerando décadas mais recentes, e, sobretudo a partir dos anos 80, o mundo passa por mudanças necessariamente globais, guerras, crises econômicas, quebra de tabus, profundas mudanças políticas, transformações culturais, nascimentos de movimentos sociais, a problemática ambiental e, sobretudo, a todo-poderosa internet. Ela talvez fosse pop demais para os moldes culturais do Oriente Médio, mas era só uma questão de tempo. No ano de 2001, e o então ataque terrorista ao World Trade Center (E.U.A), fez para sempre, que se voltassem as atenções de todo o mundo, para uma parte dele um tanto nebulosa, reservada.  A partir daí, o mundo começou a questionar elementos culturais do Oriente Médio, e, sobretudo, conhecer o pensamento daquela região do planeta, a fim de entender de imediato, conflitos um tanto surpreendentes naquele momento, aliado a essa curiosidade, a mesma região começou a entrar no processo informacional, começaram a perceber que a vida de miséria e repressão em que viviam, em decorrente do regime ditatorial, não fazia mais sentido, o mundo era outro, perceberam que a liberdade desfrutada em outros lugares, parecia saborosa, então nasce a primeira flor da chamada Primavera Árabe. Talvez a primeira flor mais importante tenha sido a então já comentada neste blog, a TV Al Jazeera, símbolo de independência e persistência, esta é a TV que mostra ao mundo, o Oriente Médio de forma mais justa, de forma real.  E como se não bastassem as toneladas de revoluções, surge a mais intrigante de todas, as redes sociais entram em cena para globalizar o mundo como nunca se viu. Essas ferramentas parecem ser exatamente do tamanho do parafuso responsável pela engrenagem do sistema do regime ditatorial ali vigente. Com uma pitada de Facebook, duas colheres de Youtube e duas xícaras de Twitter, estava lançado o segredo da receita do regime democrático de direito. Então quase que de surpresa começaram os protestos coletivos. A Líbia de Muammar al-khaddafi, o Egito de Mohamed Hosni Mubarak, e tantos outros mostraram ao mundo seus desejos irreversíveis, e não mais satisfeitos com a vida à base da mordaça, mostraram na prática, o poder das redes sociais, concretizado, estabelecendo uma nova era, para de alguma forma, toda aquela região. As contemporâneas manifestações no Oriente Médio simbolizam mais que um pedido, uma exigência de um regime justo, igualitário, humano, exige-se liberdade, e, sobretudo, dignidade. Todas as revoluções ali postas podem fracassar, mas é só o começo de todo o conjunto de alterações. Vivemos na era da exigência pela justiça social, de manifestações em suas mais diversas reivindicações, isso é resultado sem sombra de dúvidas, do direito fundamental, a liberdade de expressão, o direito à informação, que certamente se faz a porta de entrada para se requerer todos os outros de forma consciente, de forma que se promova justiça. Imagine um jardim magnífico surgindo no meio de um deserto desprovido de qualquer esperança, então imagine o que esse jardim significa para a formação do buquê democrático, no chamado mundo árabe.

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