sábado, 21 de maio de 2011

Intercomunicação

Não há dúvidas de que o montante de ramos de pontos de informação, dá uma sensação de rapidez ainda maior na velocidade da informação. Porém, o mais importante, se dá na observação da mudança do pensamento coletivo com tanta opção de consumo informacional. Considerando a geração da intercomunicação e sua direta influência na legitimidade política em vias gerais, uma questão de relevância notável se forma na figura da agenda midiática.
Evidentemente, qualquer unidade séria que produza informação ou a repasse, irá considerar um nível de relevância na importância das informações, isto é, na quantidade de pessoas que aquela informação irá atingir de alguma forma, mas antes disso, há outra questão com sua devida importância, de fato há um agendamento seguido pela mídia para que haja uma resposta positiva do público de um modo geral, no entanto, essa agenda seguida pela mídia, foi colocada pela mesma, com o que parece ser o mais viável, assim o cotidiano é organizado de modo que este seja coerente com a programação apresentada, então as pessoas têm a falsa sensação de consumirem o que realmente querem.
As agendas como a da política e de outras vias da sociedade, seguem evidentemente o padrão de funcionamento midiático para que se concretize sua acessibilidade ao público alvo. A falha de todo o sistema, que pode não ser necessariamente falha, mas regra, é reconhecida quando mesmo em uma plataforma de informação que parece ser mesmo infinita, há ainda informações que não chegam ao público comum. Esse parece um jogo de estratégias, onde a política e a mídia andam em alguns momentos juntos, cumprindo o que parece ser o mais interessante no tal momento.
 Mesmo parecendo um pouco distante do cidadão comum, os pontos de informação estão se modificando, ou melhor, se adequando ao que o momento comunicacional exige. A partir de estudos e como resultado as tecnologias, a intercomunicação pessoal, estabelecida principalmente na internet através de twitter, facebook e coisas do gênero, parece que essa via alternativa de troca de informação, conseguiu seu espaço aparentemente permanente, modificando e diversificando a cultura da informação, e este repentino sucesso se forma na possibilidade de mostrar de forma simples e rápida o pensamento individual, mas que também é coletivo, porém esse mesmo pensamento já foi pré-estabelecido pela própria mídia.
Pois essa aldeia de discussões é propriamente proveniente de experiências obtidas através do consumo de informações, isto é, o sujeito toma conhecimento daquela informação através de algum veículo e imediatamente põe em prática seu conhecimento a cerca do assunto com os outros que também vão discutir de alguma forma. Então fica clara, a dependência da intercomunicação contemporânea com a agenda seguida e estabelecida pelos meios de comunicação, pois com a própria internet é possível se utilizar dos aspectos programados e ao mesmo tempo colocar esses aspectos em um diálogo ou diálogos, com indivíduos na mesma condição. Porém não se deve esquecer-se do aparelho celular que age como co-contribuinte para tal processo.
Em “Anatomia do poder” (livro de John Kenneth Galbraith, 1983) mesmo não atribuindo tanto poder à mídia, o autor exemplifica o processo de transporte da notícia, da agenda aos diálogos individuais. “É fazendo referência a algum comentário da imprensa ou da televisão que se iniciam quase todas as conversas políticas; e é com o efeito de tais notícias ou análises sobre opinião pública que se preocupa uma enorme parcela das discussões políticas”. (pág. 181)
Em um determinado ponto de vista, esses meios mais populares de se comunicar, funcionam como agentes da democracia da comunicação de um modo geral, possibilitando a participação de muitos, e esse movimento parece ganhar força exatamente quando em algum momento a agenda é quebrada, de forma que, isso ocorre quando algo com sua devida importância é concretizado e colocado ao público, dessa forma, uma parcela considerável de quem faz a intercomunicação diverge para o mesmo assunto, isso é tendência, isso é natural.
Tendência também é a diversidade cada vez mais comum de opções para a comunicação direta e individual. Porém aí cabe uma importante controvérsia, ao mesmo que surgem as possibilidades na variabilidade das ferramentas comunicacionais, surgem mais e mais restrições para a expressão pública do indivíduo, afetando dessa forma, diretamente a relação de comunicação entre os usuários de alguma via midiática, mas essa é outra discussão.