segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Maceió Fest: É preciso

 "Argumentos precisam ser baseados em fatos, fatos elegem a realidade."

Todo e qualquer problema transforma-se em elemento motor quando a ele é unido sua respectiva resposta/solução. Que eles surjam é inevitável e, que, portanto, mais louvável que suas supostas soluções são as idéias, berços que protegem a garantia da complementação do que parecia um entrave, mas que agora se mostra uma realidade positiva.
     Apresentar idéias e soluções não é mais necessário, é vital, sobretudo na era do capitalismo em crise, e que, portanto atinge os mais íntimos anseios sociais. Segundo o então economista Ricardo Amorim, o Norte e o Nordeste são as regiões que mais crescem hoje no Brasil. Apesar disso, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os empregos formais no estado de Alagoas, estão diminuindo constantemente (dados de 2007-2010), enquanto que em outros estados do Nordeste acontece o inverso, bem como no Rio Grande do Norte, Piauí, Paraíba e no Brasil de um modo geral, os empregos com carteira assinada, crescem. Esse é um reflexo da concentração do PIB que em Maceió só perde para Fortaleza no ranking das capitais nordestinas que indicam a concentração de riquezas, deixando bem atrás o PIB acumulado em suas cidades do interior.
     Não há argumentos contra indicativos econômicos, tem-se aí o demonstrativo simples do que é, e de como está a economia do estado e de Maceió. Portanto, propor alternativas para que se altere o cenário negativo, está  dentre as melhores opções. Maceió, não tem neste momento nenhum evento capaz, por exemplo, de atrair turistas de forma expressiva e singular. Coisa muito comum dentro do maior evento já produzido no estado e evidentemente na capital, o Maceió Fest, em três edições consecutivas, foi eleito um dos melhores carnavais fora de época do Brasil, para que não se atente exclusivamente à aprovação popular do evento, que na época girava em torno de 75% e hoje para que se comprove uma aprovação no mesmo patamar, o uso de uma consulta popular traria concretude à essa perspectiva.
     O fator de maior relevância, o aspecto econômico, seria o maior beneficiado, e da melhor forma possível, haja vista que esse tipo de evento gera circulação de dinheiro, do camelô aos organizadores, passando por restaurantes, hotéis, shoppings e qualquer categoria comercial semelhante, gerando os elementos fundamentais para o crescimento, emprego e renda.  Contudo, a atual pauta da problemática em Maceió atende pelo nome de violência. Segundo o Unicef e o Laboratório  de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Maceió é a capital onde mais se contabiliza homicídios de jovens, com idades entre 12 e 18 anos (dados de 2009), essa estimativa representa um dos fatores fundamentais para a já comprovada  queda no número de turistas e investimentos.
     Evidentemente, como qualquer evento dessa espécie, o Maceió Fest, que desde sua primeira edição em 1994, já registrava índices de violência durante sua realização, e numa possível volta do evento, irá se registrar os mesmos índices de assalto, roubo de automóveis, brigas, depredação do patrimônio público, poluição sonora, poluição ambiental, prostituição, além de possíveis homicídios. Tudo que já acontece diariamente na capital e de forma tão evidente que vire e mexe Maceió é pauta garantida no quesito violência. Portanto, nada que do que poderá ser evidenciado no evento, será acima do que já é conhecido especialmente na capital. É crucial discutir, que a promoção do evento requer incentivos públicos, e isso significa gasto para os cofres públicos, como acontece em qualquer evento apoiado pelo executivo, e ou demais organizações governamentais comumente falando. Incluindo no leque de problemas, e talvez um dos mais importantes, haja vista que este foi o problema que tornou o Maceió Fest extinto, portanto, não há como evitar, os transtornos sentidos principalmente por quem habita no decorrer da orla marítima e em regiões próximas, serão inevitáveis, mesmo porque, não há como conter a poluição sonora e ambiental, já que o Maceió Fest é um evento essencialmente musical e, além obviamente de haver consumo de bebida e derivados, principalmente.
     De fato, esses problemas sempre irão existir, porém, pode-se determinar regras para que este seja mais um item muito bem trabalhado, para que cause o menor impacto possível, mesmo porque, eventos com caráter semelhante ao Maceió Fest, são realizados todo os anos  sem que se tome alguma medida para excluí-los do calendário de festas, e que por sinal, formam a plataforma de festividades que antecedem o carnaval, e que portanto, acontecem exatamente no mesmo período em que acontecem eventos da mesma categoria em várias partes do país, isto é, o poderio desses eventos não seria compatível com o Maceió Fest, que acontecia em datas que pudesse ser um evento único em seu período de realização e formato de entretenimento.
     Evidentemente, não há segredo para que se promova um Maceió Fest de sucesso, assim como em qualquer outra festa de caráter popular, um planejamento extremamente cuidadoso no sentido de conter todo e qualquer problema, todo e qualquer ganho econômico e não deixar de estabelecer o motivo maior que justifique a volta do evento. O que se pretende é da forma mais viável possível, e assim considerando as características socioculturais e ambientais de Maceió, garantir o ganho sob os aspectos do entretenimento e cultura e, sobretudo econômico, de uma maioria imensamente desejosa para a volta do Maceió Fest. Para que não se esqueça, a rede hoteleira contabilizava um aumento expressivo em sua ocupação nos dias em torno do evento, a movimentação de dinheiro e, turistas brasileiros e estrangeiros conferia o sucesso do evento, até mesmo as agências de viagem aumentavam seus lucros, já que estas vendiam pacotes específicos para o Maceió Fest.
     Se este fosse um evento de caráter danoso em sua maior parte, não seriam realizadas festas semelhantes em diversas partes do país. Hoje, as chamadas micaretas acontecem todos os anos desde Belo Horizonte (MG) até Belém do Pará (PA) passando pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, incluindo diversas capitais do Nordeste, exceto, neste momento, Maceió. Vez por outra, surgem especialmente na internet, manifestações populares a favor de que o Maceió Fest faça parte novamente do calendário de festas da capital, neste caso, é preciso, sobretudo, um interesse da prefeitura de Maceió, para que se garanta a festividade, bem como acontece com a prefeitura de Recife, de Feira de Santana e de tantas outras cidades que promovem o desenvolvimento direto e indiretamente de toda a população, de forma claramente viável considerando todo o conjunto. Trabalhar de alguma forma para o desenvolvimento de Maceió é o dever de todos, resta saber fazer isso da forma mais inteligente e verdadeiramente eficiente.

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