terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A Equivocada Ku Klux Klan



     A consciência racista e assim a ideia de inferiorizar negros e povos diversos, além de secular, condicionou a formação de ideologias no pólo mais distante da lucidez. Houve momentos em que mesmo guerras foram travadas a partir de um sentimento racista, haja vista as causas da Segunda Guerra Mundial.
     Porém, posições sociais foram alterando-se no decorrer de acomodações até mesmo de acontecimentos divergentes, mas que atuaram no sentido de amadurecer o pensamento social coletivo. Deste modo, na contramaré das mudanças graduais, surgem algumas organizações de fato bem organizadas.
     A Ku Klux Klan, chegou, na década de 20 a contabilizar em torno de 4 milhões de membros. Tudo começou após da Guerra Civil norte-americana em 1865, em Pulaski, no estado de Tennenssee (E.U.A). O receio de que os negros pudessem em algum momento sobressair outros grupos no que tange a direitos como o voto e a aquisição de terras, fez com que na época, o general Nathan Bedford Forrest criasse a primeira versão da Ku Klux Klan.
     Exatamente pelo caráter racista, tal organização mostrou-se bastante intolerante, praticando violência contra quem estivesse fora do círculo ou anel, como significa o nome dado a organização, através da palavra grega “kuklos”.  Esse aspecto conferiu a Ku Klux Klan a nomeação de “entidade terrorista” e por esse motivo foi banida dos Estados Unidos no ano de 1982.
      Este já faz parte do segundo momento da Ku Klux Klan, que voltou em 1915 após uma decadência da organização, através da polêmica obra cinematográfica “O Nascimento de Uma Nação” um filme de David Llewelyn Wark Griffith, uma amostra do cinema mudo.  De 1915, o primeiro filme a ser exibido na Casa Branca, apesar do sucesso, logo foi banido em determinados lugares nos Estados Unidos. Claramente racista, posto que tratasse os afro-americanos com clara discriminação, além da Guerra de Sessão, o assassinato de  Abraham Lincoln, assim como outros conflitos da época nos Estados Unidos que foram assim reproduzidos.
     Episódios como a Segunda Guerra Mundial, serviram direta e indiretamente de fortalecimento do amadurecimento do pensamento quanto à integração de negros em sociedade e a posterior decadência da Ku Klux Klan, que apesar de uma breve aproximação com o nazismo, por determinadas semelhanças de suas linhas ideológicas, enfraqueceu por conta da inviabilidade de próprias linhas, através do fracasso do nazismo na grande guerra.

A Ku Klux Klan adota características próprias, muitas em certo modo, mistificadas.

“... e daquilo que pudessem os noviços do século vinte idear em horrores, mercantilismo secreto, ameaças e compromissos de maior responsabilidade. Os infernos passaram a chamar-se cavernas e as reuniões passaram a realizar-se em grandes locais muitas vezes sob o céu aberto. Não raro milhares de autos vinham reforçar, guardas a cavalo e a cercavam o local e estavam presentes os utensílios com que se entusiasma qualquer bom estadunidense: a bandeira das estrelas, a Bíblia aberta e o punhal desembainha do a fazer pano de fundo, uma cruz em fogo, na noite, projetava uma luz estranhamente tranquilizadora sobre as filas dos agora uniformizados homens dos capuzes brancos...”

     Hoje, a Ku Klux Klan, está praticamente morta, conta com em torno de 3 mil membros, pelo que se sabe. A mais conhecida associação racista, de cunho violento já não faz mais sentido em detrimento de mudanças na consciência coletiva, proporcionando uma reforma social quase generalizada. Recentemente um líder da organização disse que Barack Obama não é negro, segundo Thomas Robb, o presidente dos Estados Unidos é mulato, posto que Obama não foi criado num ambiente negro, haja vista que sua mãe é branca.  Thomas Robb assim mantém o equívoco que foi e continua sendo os protestos da organização e como qualquer equívoco, uma hora ou outra fracassa, gradualmente perdendo espaço porque luta contra forças sociais.


O equívoco da Ku Klux Klan ficou mais concreto quando alguns de seus ex-membros  acusados de um crime terrível contra crianças negras, foram condenados. 

 Veja no link:

http://investigation.discovery.com/investigation/crime-countdowns/bombers/bombers-04.html

                                           Thomas Blanton (2001)












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