terça-feira, 11 de outubro de 2011

Resposta a tal de Heloísa Helena


As Frutas Representativas

                      "A demagogia é a capacidade de vestir
                      as idéias menores com as palavras maiores."
                                                                   Abraham Lincoln


Costumeiramente e, sobretudo na política, os espetáculos sempre são eventos garantidos. Que dirá Otávio Augusto, o então imperador de Roma, vendo a problemática social crescendo de forma assustadora, por conta da escravidão e desemprego no campo, resolve adotar medidas que como diria John Kenneth Galbraith em “Anatomia do Poder”, um dos poderes mais fácil de ser colocado chama-se poder compensatório, aquele em que em troca de alguma recompensa, você é determinado a fazer o que outro deseja para seu próprio proveito. Vendo a viabilidade dessa corrente, o hábil imperador, apoiado por autoridades do império romano, coloca a famosa política de pão e circo, que não se trata só de uma legítima forma de “compensar” o povo por suas insatisfações, mas para, além disso, causar certa amnésia, posto que o pãozinho gratuito combinado ao verdadeiro show de gladiadores fazia com que, sobretudo os pobres, deixassem os problemas de lado. No Brasil, ela atende pelo nome de Bolsa Família e, por falar em Brasil, se tem uma coisa que aqui produzimos no sistema fordista (produção em massa), essa se chama político, temos tantos, que se matarem todos os políticos na China, por conta da corrupção, podemos tranquilamente exportá-los no formato de commodities, assim como fazemos com a soja, é de causar inveja a qualquer país. Não que eles sejam de todo o mal, longe disso, muitos deles são importantíssimos e  fazem um ótimo trabalho, além do mais, que chorem os anarquistas, mas não há como se garantir Ordem e Progresso, sem a presença da categoria, mesmo porque, este último para ser concretizado, dependente necessariamente do primeiro, da Ordem. Porém, como as frutas, que por eventos geralmente externos, diferenciam-se de outras, exatamente no quesito qualidade, nas assembléias pelo mundo, não se espante se encontrar frutas boas e frutas podres, que imediatamente são repudiadas por nossos olhos. Mas é preciso ter cuidado com as goiabas, por exemplo, algumas só se conhecem o “monstrinho” que elas guardam, depois da primeira mordida, a mordida do conhecimento, talvez da prudência. Todavia, muitos, encantados pela aparência e cheiro acabam engolindo o monstrinho, por incontáveis vezes. As goiabas, assim como alguns políticos, utilizam algum artifício para lançar seu encanto, nem que seja por alguns instantes, já é de extrema valia encantar, mesmo que seja breve. Eles, que assim como as goiabas sem serventia, tentam, e muitos conseguem, iludir com acessórios de sua natureza, aos que são providos de uma determinada inocência, cuja causa costumeiramente é decorrente da instrução adormecida. Porém, não julguemos as goiabas, elas não falam, os políticos falam, falam tanto, que alguns transformam seus discursos numa única categoria, a famosa demagogia, que na verdade não passa de um conjunto de falácias, idéias compradas na loja “Fantasia”. Tudo isso faz parte do espetáculo, descrito pelo francês Guy Debord em “A sociedade do espetáculo” onde ele diz que a alienação é mais do que um aspecto psicológico ou descrição emocional, está imposto aí a condição social, sobretudo. Portanto, alguns que se dizem discípulos da justiça social, através da política, praticam diariamente a demagogia, utilizam-se de discursos pré-históricos, de cunho pseudo-comunista, cheios de loucuras e divergências a tudo e a todos, para encantar os que não deram a mordida da prudência/conhecimento, isto é, os fanáticos, que por vezes não são convictos de suas idéias. Determinadas figuras, desprovidas de oferecer algum benefício, contrariando a essência de sua função, utilizam-se da retórica para fazer apelações emocionais para ganhar o apoio popular, e dessa forma se manter entre as frutas boas. Mas é bem verdade, que o uso da demagogia, idéia política baseada em argumentos de vidro, não permanece por muito tempo. No século XIX Abraham Lincoln já dizia: "Pode-se enganar algumas pessoas todo o tempo; Pode-se enganar todas as pessoas algum tempo; Mas não se pode enganar todas as pessoas o tempo todo. Em outras palavras, deve chegar um momento em que as cortinas caem, o espetáculo é desmontado, o ator volta à sua face real e a fruta, essa entra em rápida decomposição. Tudo resultado de uma política fraca, sem argumentos, sem verdades, sem ações concretas que visem de fato o bem coletivo.  Esse tipo de político, quando é questionado simplesmente responde com adjetivos/classificações que mais parecem nascer de mente pequena e, sobretudo, tola.
Que ninguém se engane, as frutas podres têm um destino certo: A rápida decomposição no lixo, na presença de ratos e baratas, enquanto que as boas alimentam quem tem fome. Portanto, se tens posições, coloque-as verdadeiramente, pois assim, mesmo que seja contrário aos outros, será digno de defender o que convêm seu entendimento, mas não faça como alguns que escondem as garras por trás da tribuna, esses que chorem pela vergonha de serem podres e, por esse motivo, desprezíveis.


Breve Observação

Na condição de cidadã, eleitora ou qualquer outra categoria que caiba colocar: Estou atenta a tudo e a todos. Acompanhando especialmente atividades realizadas por políticos do Estado. Portanto, que fique claro minha função, fiscalizar. Acrescento que numa sessão na Câmara Municipal de Maceió, a então vereadora por nossa capital, Heloísa Helena (PSOL) confirmou que votou a favor do aumento de salário dos vereadores , contrariando assim a resposta que recebi via Twitter, diga-se de passagem. Porém, a vereadora disse que votou sem ter prestado a devida atenção. Ora, nobre vereadora, você é paga para no mínimo cumprir sua função, se você que é vereadora não tem compromisso para com uma decisão que implicará exatamente em mais gastos para os cofres públicos, incluindo evidentemente, aqueles que votaram em você, por que então a senhora ocupa a cadeira? Por que esbraveja tanto quando o assunto é gasto, se na prática não dá a mínima importância para algo de tanta relevância? Francamente, fico descrente com tanta falta de compromisso por parte de alguns políticos, mas para, além disso. Justificativas de gelo, quando expostas, se desmancham com uma facilidade impressionante e, antes de atestar qualquer falta de compromisso, lembre-se: O local chama-se Casa de Mário Guimarães, mas não, Cirque Du Soleil.  E a propósito, ainda farei muitos questionamentos, esse é só o primeiro.




OBS: Portanto, em unanimidade, NENHUM VEREADOR FOI CONTRA AO AUMENTO DE SALÁRIO.


Do mesmo modo que Jornalismo bom é o que fala a verdade, político bom é o que no mínimo coloca suas verdadeiras posições, porque esbravejar loucuras, qualquer  idiota sabe.


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