quinta-feira, 20 de outubro de 2011

A Raiz da Violência que Migra

     O mapa psicológico e mesmo real da violência no país, comumente baseava-se no Sudeste, São Paulo e Rio de Janeiro, sobretudo. A urbanização desprovida de organização garante alguns dos aspectos contribuintes da violência urbana.  

     Dados mostram que em 1999, a taxa de homicídios em São Paulo era de 64 mortos para cada 100 mil paulistanos, contudo, registrou-se uma queda em mais de 85%, esses resultados deve-se obviamente a adoção de políticas públicas, tais como: Uma manutenção no aparelho policial, a proibição da venda de bebidas, seguida do fechamento de bares em determinados horários, assim como a alta geração de empregos que por sua vez, reduz a mão-de-obra para a criminalidade. Na última década, o Brasil gerou cerca de 11 milhões de empregos com carteira assinada, mais pessoas trabalhando, menos agentes do crime.

      O que parece ser recebido com certo espanto são os índices recentes que medem a violência especialmente no Norte e Nordeste do país, entende-se por vezes de forma equivocada essa migração regida de forma um tanto acelerada. E por falar em Nordeste, dois estados estão especialmente em destaque: Alagoas e Bahia, os campões no ranking da taxa de homicídios. De acordo com José Maria Nóbrega, professor da Universidade Federal da Paraíba, os índices de violência do Sudeste reduziram em média em 47%, enquanto que no Nordeste os índices dobraram.

     Diante das perspectivas negativas, surgem diversas reações apaixonadas sobre o ponto de vista político, que visam antes de qualquer indagação, justificar a problemática atribuindo a um ou outro governante, especialmente quando se trata de Alagoas, há obviamente uma carência no sentido de se adotar políticas públicas que de fato combatam os agentes da violência urbana, contudo, a raiz de maior predominância é outra.

     Durante o governo Lula, o Nordeste foi beneficiado com programas voltados para o assistencialismo. O “Bolsa Família”, age na transferência de renda para a população extremamente pobre da região. Portanto, cresce no Nordeste crimes relacionados às drogas, que envolve diretamente o chamado “mercado negro” e homicídios. O fato é que os traficantes buscam novos mercados, mais viáveis e, quanto a isso, o Brasil vive um boom econômico, onde segundo o Economista Ricardo Amorim, o Norte e o Nordeste são as regiões que mais crescem nesse momento, devido à política de assistencialismo e ao crescimento espantoso do agronegócio, atraindo migrações de toda espécie.

     Portanto, o levante econômico faz com que num certo momento, o tráfico de drogas seja atingido positivamente e junto com ele, as mortes fatais que estão diretamente relacionadas. Os traficantes que aqui se instalam praticam violentamente a concorrência contra outros traficantes, contribuindo a ação destes para as estatísticas. Não só a questão econômica, mas principalmente, agiu para que a violência no Nordeste brasileiro tomasse tais proporções, não há estrutura urbana e social para que receba tal crescimento de forma que a violência seja contida, será uma questão bastante problemática.  

3 comentários:

  1. Essa questão de culpar Governo é meio complicado, Alagoas sempre foi um estado violento (brigas entre famílias, tiroteios como no caso da Assembléia em 1957, quebra de Xangô...). Analisando pela otíca histórica, a diferença fica clara: A violência antige a sociedade de uma forma bem mais próxima, na porta de nossas casas e numa porcentagem bem maior . Voltando a primeira questão, observando os gráficos de homicídios em AL, percebe-se o início desse quadro alarmante já nos anos 90, atigindo no início do Séc XXI índices altíssimos. Quanto a migração da violência do Sudeste para o Nordeste, os fatores parecem obvíos: Crescimento econômico (Nordeste), fortalecimento estrutural da segurança pública no Sudeste, novas drogas e aumento do consumo de crack; esse último resultante do despreparo dos estados nordestinos de efetivar políticas de combate as drogras. Incluo por fora um fator socioeconômico importante no entendimento desse fenômeno: O empobrecimento das cidades interioranas e a concentração de riquezas nas capitas, o que gerou uma grande migração a parti dos anos 60 do interior para essas cidades, favorecendo o acúmulo de problemas sociais típicos dos centros urbanos de países subdesenvolvidos.

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  2. Ah, só pra constar e contribuir:

    1 - Parabéns a Jéssica pelo blog. (comentar sem parabenizar, que coisa feia da minha parte)

    2 - http://cadaminuto.com.br/blog/economia-de-alagoas

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  3. Exatamente, você está por dentro da ótica da questão.

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