sexta-feira, 6 de abril de 2012

Bipartidarismo Estadunidense

Bush, o republicano, sai em 2009 para a entrada de Obama, o democrata. Apesar da emergência contemporânea dos dois partidos, nos Estados Unidos, há outros grupos no corpo político do país. Porém, a começar pela constituição estadunidense que em sua criação, em 1787, não recepcionou as funções e nem os próprios partidos políticos, pois muitos grupos ficam de fora da grande plataforma visível. Ocorre que se confere ao país, um sistema bipartidário fruto de arrumações do próprio sistema eleitoral, que na forma como se concretiza, deixa pouquíssimo espaço para outros partidos políticos.

Para o legislativo estadual e nacional, as eleições são feitas no modo distrital de “representante único”. Em outras palavras, aquele que receber o maior número de votos em qualquer distrito eleitoral, vence. Neste sistema, um único partido pode obter vitória em determinado distrito, dessa forma, há o fortalecimento do sistema bipartidário, pois os dois partidos possuem assim condição de sustentação de votos nos distritos.

Para a eleição do presidente, ao contrário de muitas democracias conhecidas no mundo, nos Estados Unidos há o sistema de colégio eleitoral, pois os americanos não votam diretamente no candidato à presidência como ocorre no Brasil, por exemplo. Então, em cada estado americano, vota-se em uma chapa de “eleitores”, eles são ao todo 538 votos, que representam 50 Estados. Os votos de cada Estado são repassados ao candidato mais votado.

Na prática, os americanos votam num grupo de pessoas que depois vão escolher o presidente e o seu vice. Dos 538 votos, são exigidos que se obtenha pelo menos 270 para que seja eleito presidente dos Estados Unidos. Caso esse número mínimo não seja atingido, o novo presidente é escolhido pela Câmara dos Deputados, dentre os três candidatos mais votados no colégio eleitoral.

Caso nenhum candidato a vice-presidente obtiver a maioria dos votos no colégio eleitoral, o Senado é quem escolhe, entre os dois mais votados no colégio eleitoral.

Em Novembro deste ano, os americanos vão escolher os “eleitores” que por sua vez, em Dezembro vão definir o presidente e seu vice. Neste momento, há dois principais candidatos disputando as prévias para ser o escolhido do partido Republicano e concorrer à corrida presidencial com Obama (Democrata). O ex-governador de Massachusetts, Mitt Romney e o ex-senador Rick Santorum são os principais aspirantes a vaga de candidato do partido republicano.

Mais uma vez, o presidente para o próximo cargo será um republicano ou um democrata, isso ocorre desde 1852. “O Partido Democrata costuma ser tradicionalmente apoiado pelos trabalhadores, sindicados, assalariados, pela maioria das profissões intelectuais (professores, jornalistas, artistas) e por algumas das minorias étnicas (afro-americanos, hispânicos) e religiosas (católicos, judeus), enquanto o seu adversário Republicano costuma ser associado à população dita "Branca, Anglo-Saxônica e Protestante", mais próxima dos meios dos negócios e financeiros, profissões liberais, empreendedores e também das correntes religiosas protestantes maioritárias no país.”

Embora haja predominância do bipartidarismo, há de forma menos importante o Partido Verde, Partido Libertário, Partido Reformista e o Partido da Constituição. O partido Republicano já teve seus grandes representantes. Presidentes que ficaram na memória da história mundial como: Abraham Lincoln, Benjamim Harrison, Richard Nixon, Ronald Reagan e Bush pai e filho.

Já o Partido Democrata já teve ex-presidentes como: Andrew Jackson, Franklin Delano Roosevelt, Harry Truman, John Kennedy, Jimmy Carter, Bill Clinton e o atual presidente estadunidense, Barack Obama.

Talvez um dos melhores exemplos do conservadorismo do Partido Republicano, que se mantém como referência para os presidentes contemporâneos seja Lincoln, com seu espírito político, buscava sempre por discursos baseados na ética, nos bons costumes.

Discurso de Gettysburg

Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.


Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.


Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.


O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.


Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação, com a graça de Deus, renasça na liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da terra.

— ABRAHAM LINCOLN

19 de Novembro de 1863

Um comentário:

  1. Eu leio, ouço e vejo artigos ou reportagens sobre o sistema eleitoral americano e nunca entendo 100%. É uma loucura!

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